Violência sexual infantil: Em 2019 foram atendidos 219 casos no IML de Francisco Beltrão

O diretor do Instituto Médico Legal de Francisco Beltrão, dr Irno Azzolini participou do programa Plantão Policial, quadro Polícia Comunitária com Luiz Carlos Maciel na Rádio Educadora na tarde de sexta-feira (13) e o tema principal foi violência sexual infantil onde o médico apresentou números assustadores sobre o caso.

Dr Irno explicou que violência sexual infantil é todo envolvimento de uma criança em uma atividade sexual na qual não compreende completamente, já que não está preparada em termos de seu desenvolvimento, por conseguinte, torna-se incapaz de informar seu consentimento.

Os números

Dr Irno informou que no ano de 2017 foram realizados no IML de Francisco Beltrão que abrange 27 municípios, 177 exames de violência sexual, sendo nestes 134 menores de 13 anos e um de 1 ano.

Em 2019 foram realizados 219 exames, sendo 106 na faixa de 2 a 10 anos, 84 de 11 a 14 anos e 29 mais de 14 anos.

Segundo a estatística 67,7% das vítimas de abuso sexual são meninas e 16,5% são meninos.

40 % dos casos foram crianças de 0 a 11 anos, 30,3% nas faixas etárias de 12 a 14 anos e 20% na faixa de 15 a 17 anos.

Dr Irno informou ainda que dados de 2011 estima que no mínimo 52 mil e 700 pessoas são estupradas por ano no Brasil e que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia.

Existe um estudo de que 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes.

Entre 2012 e 2016 o Brasil somou pelo menos 175 mil casos de exploração sexual de crianças e adolescentes o que representa “quatro casos por hora”.

O estudo apresenta também que 10% das vítimas apresenta deficiência física ou mental.

Segundo a estatística, a violência acontece 80% na casa da vítima, e de pessoas próximas e a minoria são estranhos ou pedófilos.

Um dado que chama a atenção é de que de 10 a 15% os casos de abuso sexual são cometidos por mulher (mãe ou algum familiar).

O perfil do agressor aponta homens (62,5%) e adultos de 18 a 40 anos (42%) com principais autores dos casos denunciados.

No Brasil 95% dos casos desse tipo de violência contra menores são praticados por pessoas conhecidas das crianças, e em 65% deles a participação de pessoas do próprio grupo familiar.

Perfil do estuprador

Dr Irno informou ainda que as famílias envolvidas com violência sexual tendem a ser quietas, de poucos relacionamentos.

O agressor crê que o abuso é uma forma de amor; O agressor tende a acusar a criança ou adolescente de sedutor e acreditar que tem relações sexuais fora de casa; é frequente que o autor de abuso também tenha sofrido violência sexual na infância; Os pais são autoritários e as mães submissas; excesso de proteção ou zelo pela criança ou adolescente negando-lhes contatos sociais normais.

Além disso são notados também

Demora em prestar socorro e postura contraditória na prestação de informações para dificultar que o exame possa demonstrar a agressão sexual; demonstração de agressividade contra a criança para intimida-la.

A criança vítima de violência sexual passa a apresentar mudança de comportamento, medo repentino ou choro quando em contato com alguém em particular, não quer ficar sozinha, ou chega cedo na escola e não quer voltar para casa, apresenta mudanças repentinas e drásticas de personalidade extrovertida. Por exemplo, fica submissa e passiva, pode até gaguejar, tem regressão volta a chupar a chupeta, faz xixi na cama, tem dificuldade de se relacionar com outras crianças entre outros.

Pedofilia

A Pedofilia, atualmente, é definida simultaneamente como doença, distúrbio psicológico e desvio sexual ou parafília, pela Organização Mundial de Saúde.

Os crimes mais cometidos por pedófilos

Estupro- constranger a criança ou adolescente á conjunção carnal ou ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça.

Pornografia- Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias, imagens com pornografia ou cenas de sexo explicito envolvendo crianças e pré adolescentes.

Jovens de classe média com idades de 17 a 24 anos são produtores de imagens de crianças violentadas.

Os compradores das imagens são solteiros, tem pouco mais de 40 anos e na maioria profissionais liberais.

Um aspecto assustador hoje são as associações “pró pedofilia” que argumentam que a pedofilia não é uma doença, mas uma orientação sexual e que a sociedade deve reconhecer e legitimar isso.

O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial de sites dedicados a pornografia infantil.

Uma foto de criança sendo violentada chega a valer $ 100,00 dólares. Um vídeo de 5 minutos vale até $ 1.000,00 dólares.

Segundo a investigação quanto menor a idade maior o valor da foto ou vídeo.

Dr Irno Azzolini concluiu fazendo um alerta aos pais que fiscalizem a vida de seus filhos “pais que amam, cuidam”.