Pesquisa indica que salário mínimo de março deveria ser de R$ 5 mil em Francisco Beltrão

O custo médio da cesta básica de alimentos em março aumentou em todas as capitais alvo da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As altas mais substantivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), em São Paulo (6,36%) e em Campo Grande (5,51%)

No Sudoeste do Paraná, a pesquisa do custo da cesta básica de alimentação é desenvolvida pelo GPEAD (Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, afeto ao curso de Ciências Econômicas da Unioeste, campus de Francisco Beltrão) e instituições parceiras. Em março, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou nos 03 municípios pesquisados, (14,37%) em Dois Vizinhos, (7,45%) em Francisco Beltrão e (9,22%) em Pato Branco.

Em valores monetários, a alta em relação ao mês anterior foi de R$ 76,54 em Dois Vizinhos, R$ 42,07 em Francisco Beltrão e de R$ 47,76 em Pato Branco.

A cesta básica de alimentação com maior valor, no âmbito das localidades pesquisadas pelo GPEAD, foi a de Dois Vizinhos, R$ 609,34, seguida por Francisco Beltrão, R$ 607,04 e Pato Branco, R$ 566,06. A tabela 01 apresenta esses valores, juntamente com as informações relativas ao valor médio gasto com cada produto que compõe a cesta básica de alimentação, além da variação percentual dos preços comparativamente ao mês de fevereiro de 2022.

Custo da cesta básica, horas necessárias para sua aquisição e salário mínimo necessário

O cálculo do valor gasto com a alimentação básica para uma família de tamanho médio (02 adultos e duas crianças – considerando que 02 crianças correspondem a 01 adulto) exige a multiplicação do valor monetário da cesta básica individual por 03. A tabela 02 evidencia os valores da cesta básica de alimentação familiar, as diferenças de tal valor com relação ao salário mínimo bruto (R$ 1.212,00) e líquido (R$ 1.121,10) e ainda, o salário mínimo necessário referente ao mês de março, para as localidades pesquisadas.

O salário mínimo necessário, é importante esclarecer, expressa o quanto monetariamente seria preciso para que os trabalhadores residentes nas cidades pesquisadas pelo GPEAD ou pelo Dieese, pudessem satisfazer, em março, a integralidade das demandas familiares previstas constitucionalmente, quais sejam: “[…] moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” (Art. 7º. CF/88).

Considerando os dados apurados, é possível observar a partir da tabela 2 que o salário mínimo nacional, tanto o bruto quanto o líquido, mostraram se, em março, insuficientes para assegurar a aquisição da cesta básica de alimentação familiar, tanto para as cidades pesquisadas pelo GPEAD quanto para as demais localidades selecionadas. Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, ou seja, se consideradas as necessidades básicas para além da alimentação, o salário mínimo deveria ter sido, em março, de: R$ 5.119,06, em Dois Vizinhos, R$ 5.099,78, em Francisco Beltrão e R$ 4.755,48, em Pato Branco.

Com base na cesta básica mais cara do país que, em março, foi a de São Paulo, R$ 761,19, e considerando a determinação constitucional, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, deveria corresponder a R$ 6.394,76, ou seja, 5,28 vezes o piso em vigor (R$ 1.212,00). Comparando o valor da cesta de março de 2022 com o mesmo mês de 2021 constata-se um aumento de 39,67%, em Dois Vizinhos; de 23,10%, em Francisco Beltrão; e de 23,65%, em Pato Branco.

Valor cesta básica individual e familiar, porcentagem do salário mínimo líquido para aquisição individual, salário mínimo necessário e tempo de trabalho necessário para aquisição individual – março/2022

A jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta básica é normalmente proporcional às variações do valor mensal desta, ou seja, quando aumenta o valor da cesta aumenta a quantidade de horas necessárias de trabalho para adquiri-la. Em março de 2022, o tempo médio necessário para adquirir a cesta básica individual foi de 110h e 36m, em Dois Vizinhos; de 110h e 11m, em Francisco Beltrão e de 102h e 45m, em Pato Branco. Quando se compara o custo da cesta individual e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), o trabalhador de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco, remunerado pelo piso nacional, comprometeu com a aquisição da cesta básica individual 54,35%, 54,15%, e 50,49% da sua renda, respectivamente.

Análise da variação de preços

Os produtos da cesta básica de alimentação cujos preços médios aumentaram na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese foram: o feijão, o óleo de soja, o pão francês, o tomate, o leite integral, o açúcar e a manteiga. Nas cidades pesquisadas pelo GPEAD, todos os produtos que integram a cesta básica de alimentação apresentaram alta em seus preços médios, à exceção da margarina (que substitui a manteiga na pesquisa da região) e do açúcar, cujos preços médios apresentaram retração em ao menos 02 dos 03 municípios onde se faz a coleta de preços.

Os dados são da equipe do curso Ciências Econômicas – Grupo de Pesquisa Economia, Agricultura e Desenvolvimento – (GPEAD)

8 de abril de 2022

Foto Divulgação PMFB

O custo médio da cesta básica de alimentos em março aumentou em todas as capitais alvo da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As altas mais substantivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), em São Paulo (6,36%) e em Campo Grande (5,51%)

No Sudoeste do Paraná, a pesquisa do custo da cesta básica de alimentação é desenvolvida pelo GPEAD (Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, afeto ao curso de Ciências Econômicas da Unioeste, campus de Francisco Beltrão) e instituições parceiras. Em março, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou nos 03 municípios pesquisados, (14,37%) em Dois Vizinhos, (7,45%) em Francisco Beltrão e (9,22%) em Pato Branco.

Em valores monetários, a alta em relação ao mês anterior foi de R$ 76,54 em Dois Vizinhos, R$ 42,07 em Francisco Beltrão e de R$ 47,76 em Pato Branco.

A cesta básica de alimentação com maior valor, no âmbito das localidades pesquisadas pelo GPEAD, foi a de Dois Vizinhos, R$ 609,34, seguida por Francisco Beltrão, R$ 607,04 e Pato Branco, R$ 566,06. A tabela 01 apresenta esses valores, juntamente com as informações relativas ao valor médio gasto com cada produto que compõe a cesta básica de alimentação, além da variação percentual dos preços comparativamente ao mês de fevereiro de 2022.

Custo da cesta básica, horas necessárias para sua aquisição e salário mínimo necessário

O cálculo do valor gasto com a alimentação básica para uma família de tamanho médio (02 adultos e duas crianças – considerando que 02 crianças correspondem a 01 adulto) exige a multiplicação do valor monetário da cesta básica individual por 03. A tabela 02 evidencia os valores da cesta básica de alimentação familiar, as diferenças de tal valor com relação ao salário mínimo bruto (R$ 1.212,00) e líquido (R$ 1.121,10) e ainda, o salário mínimo necessário referente ao mês de março, para as localidades pesquisadas.

O salário mínimo necessário, é importante esclarecer, expressa o quanto monetariamente seria preciso para que os trabalhadores residentes nas cidades pesquisadas pelo GPEAD ou pelo Dieese, pudessem satisfazer, em março, a integralidade das demandas familiares previstas constitucionalmente, quais sejam: “[…] moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” (Art. 7º. CF/88).

Considerando os dados apurados, é possível observar a partir da tabela 2 que o salário mínimo nacional, tanto o bruto quanto o líquido, mostraram se, em março, insuficientes para assegurar a aquisição da cesta básica de alimentação familiar, tanto para as cidades pesquisadas pelo GPEAD quanto para as demais localidades selecionadas. Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, ou seja, se consideradas as necessidades básicas para além da alimentação, o salário mínimo deveria ter sido, em março, de: R$ 5.119,06, em Dois Vizinhos, R$ 5.099,78, em Francisco Beltrão e R$ 4.755,48, em Pato Branco.

Com base na cesta básica mais cara do país que, em março, foi a de São Paulo, R$ 761,19, e considerando a determinação constitucional, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, deveria corresponder a R$ 6.394,76, ou seja, 5,28 vezes o piso em vigor (R$ 1.212,00). Comparando o valor da cesta de março de 2022 com o mesmo mês de 2021 constata-se um aumento de 39,67%, em Dois Vizinhos; de 23,10%, em Francisco Beltrão; e de 23,65%, em Pato Branco.

Valor cesta básica individual e familiar, porcentagem do salário mínimo líquido para aquisição individual, salário mínimo necessário e tempo de trabalho necessário para aquisição individual – março/2022

A jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta básica é normalmente proporcional às variações do valor mensal desta, ou seja, quando aumenta o valor da cesta aumenta a quantidade de horas necessárias de trabalho para adquiri-la. Em março de 2022, o tempo médio necessário para adquirir a cesta básica individual foi de 110h e 36m, em Dois Vizinhos; de 110h e 11m, em Francisco Beltrão e de 102h e 45m, em Pato Branco. Quando se compara o custo da cesta individual e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), o trabalhador de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco, remunerado pelo piso nacional, comprometeu com a aquisição da cesta básica individual 54,35%, 54,15%, e 50,49% da sua renda, respectivamente.

Análise da variação de preços

Os produtos da cesta básica de alimentação cujos preços médios aumentaram na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese foram: o feijão, o óleo de soja, o pão francês, o tomate, o leite integral, o açúcar e a manteiga. Nas cidades pesquisadas pelo GPEAD, todos os produtos que integram a cesta básica de alimentação apresentaram alta em seus preços médios, à exceção da margarina (que substitui a manteiga na pesquisa da região) e do açúcar, cujos preços médios apresentaram retração em ao menos 02 dos 03 municípios onde se faz a coleta de preços.

Os dados são da equipe do curso Ciências Econômicas – Grupo de Pesquisa Economia, Agricultura e Desenvolvimento – (GPEAD)

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