Marreco dispensa Baiano após nova derrota em casa

A palavra “crise” no futsal deve sempre ser usada com muita cautela, dada a maratona de jogos que as equipes encaram. Em apenas sete dias o próprio Marreco chegou a fazer três jogos, e assim como pode estar em crise hoje, aproveitando uma sequência e vencendo os jogos a equipe dispara na tabela e a tal “crise” fica no passado. A pressão das arquibancadas e principalmente nas redes sociais, que cada vez mais parecem ter influência nas decisões das diretorias dos clubes de futebol e futsal do Brasil, colocaram em análise o desempenho real do Marreco na temporada de 2018, que está deixando a desejar, nem tanto pelos números que são até parecidos com os dos dois últimos anos, mas principalmente pelas situações extra quadra que têm incomodado muita gente. Baseado nisso, hoje pela manhã a diretoria do clube se reuniu com o técnico Baiano e após uma longa conversa decidiu por dispensar o treinador. Para os próximos jogos, o auxiliar Dionatan Marcelo, beltronense, irá comandar o time até que um novo treinador seja contratado.

Um problema que se arrasta desde o ano passado e que permanecerá ainda por um bom tempo, ou até a conquista de um título, foi justamente a derrota para o Pato na final da Série Ouro do ano passado, que para muita gente não deveria ter acontecido, dadas as circunstâncias de ter vencido o primeiro jogo por 4×1, sair na frente no segundo jogo na casa do Pato, mas principalmente por ter muito mais time que o rival. O fato de ter mais time, também é um problema na atual temporada, já que para muitos torcedores, o elenco do ano passado é de longe muito superior ao elenco atual montado em grande parte por Baiano e que é inclusive mais caro que o anterior.

Não fosse apenas problemas de resultados, a torcida que nunca se incomodou com as atitudes dos jogadores fora do contexto futebolístico, agora parece fiscalizar até o que os jogadores fazem nas folgas. Também fica claro que as rusgas entre Sinoê e Fabiano Assad, que se estendem desde o final do ano passado, parecem ter dividido o elenco que há um bom tempo deixa transparecer a ruptura de relações interpessoais. Claro que se os resultados aparecessem ninguém se importaria com isso, mas pelo contrário, os resultados na temporada não foram bons, e estão em queda. O problema entre os dois se agravou neste ano, e a discussão entre Baiano e Assad no jogo contra o Joaçaba, televisionado pela Sportv, escancarou o clima nada tranquilo.

Se analisarmos o desempenho da equipe beltronense nas duas competições que a maioria parece realmente se importar: Série Ouro do Paranaense e Liga Nacional de Futsal (convenhamos que a Copa Chopinzinho não interessa a quase ninguém), foram 12 jogos oficiais, com 5 vitórias, 1 empate e 6 derrotas – um aproveitamento de 44,4%. Separando as duas competições, no Paranaense o aproveitamento é de 55,5% com 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas em 6 jogos, enquanto na Liga Nacional o aproveitamento é de apenas 33,3% com 2 vitórias e 4 derrotas em 6 jogos.

Pela primeira vez desde que estreou na Liga Nacional, o Marreco foi derrotado jogando em casa na competição, diante do Magnus, na última semana quando perdeu por 4 a 1 e poucos dias depois veio a segunda derrota, diante do Cascavel neste domingo (7) por 3 a 2. Após duas vitórias nas duas primeiras rodadas da competição nacional, vieram 4 derrotas consecutivas e atuações muito fracas. Que o futsal é diferente do campo e que os placares são mais numerosos todos sabem, mas até aqui o Marreco conseguiu levar mais gols do que fez, tendo anotado 35 gols, contra 37 sofridos nas duas competições.

Para evitar qualquer julgamento injusto com o elenco, vamos colocar os números da Copa Chopinzinho na análise que realmente interessa em um contexto que pode explicar o desgaste ou desempenho abaixo – com as cinco partidas disputadas na competição regional, foram 17 jogos na temporada, pelo menos 5 a mais que todos os outros adversários da Série Ouro do Paranaense, e tendo em vista que a maioria dos campeonatos estaduais começaram de duas a três rodadas mais tarde, o Marreco fez de sete a oito jogos a mais que alguns adversários na Liga. Em tese, a equipe disputou até aqui um jogo a cada quatro dias.

Enquanto Guina e Quinzinho seguem em recuperação de lesões sofridas ainda no ano passado, Dener segue sem previsão concreta de retorno e até agora não pôde mostrar seu valor, sobrecarregando Sinoê que mesmo sendo o artilheiro da equipe no Paranaense com 5 gols, parece estar se envolvendo em muitas situações extra quadra que estariam dificultando o ambiente do grupo. Rafinha que seria a terceira opção de pivô, não caiu na graça do torcedor e também sofreu com problemas musculares, enquanto Sol Sales e Pedro Rei, destaques no ano passado, oscilam muito. Emerson, Éder, Renan Fuzo e Richard, Fabiano Assad e Beccon são os perseguidos da vez pelos torcedores, nada injusto, pois o desempenho dos seis atletas está muito abaixo do que se espera de um atleta que disputa a Liga Nacional. Por fim, Bateria parece ter cada vez mais confiança para jogar no nível que o levou ao Barcelona, tanto que passou a desequilibrar em algumas partidas, sendo decisivo a exemplo do que aconteceu no clássico das penas.

O ano apenas começou, já que restam muitos jogos até que a fase decisiva das duas competições inicie e aí então teremos o que realmente interessa para os torcedores, mas a equipe beltronense repete as decisões tomadas nos outros anos, mais ou menos na mesma época e demite mais um treinador, possivelmente para isentar a diretoria de alguma omissão quanto aos problemas que estão escancarados. Se Dionatan será efetivado ainda é muito cedo para falar, até porque ele nunca treinou uma equipe fora das categorias de base, e teria uma bagagem enorme para carregar, mas a única certeza é de que Baiano não era o único culpado da campanha ruim deste início de ano, e tem muito jogador que não vai virar craque do dia pra noite, mas que ainda estão no elenco.

 

7 de maio de 2018

Foto: Adolfo Pegoraro

A palavra “crise” no futsal deve sempre ser usada com muita cautela, dada a maratona de jogos que as equipes encaram. Em apenas sete dias o próprio Marreco chegou a fazer três jogos, e assim como pode estar em crise hoje, aproveitando uma sequência e vencendo os jogos a equipe dispara na tabela e a tal “crise” fica no passado. A pressão das arquibancadas e principalmente nas redes sociais, que cada vez mais parecem ter influência nas decisões das diretorias dos clubes de futebol e futsal do Brasil, colocaram em análise o desempenho real do Marreco na temporada de 2018, que está deixando a desejar, nem tanto pelos números que são até parecidos com os dos dois últimos anos, mas principalmente pelas situações extra quadra que têm incomodado muita gente. Baseado nisso, hoje pela manhã a diretoria do clube se reuniu com o técnico Baiano e após uma longa conversa decidiu por dispensar o treinador. Para os próximos jogos, o auxiliar Dionatan Marcelo, beltronense, irá comandar o time até que um novo treinador seja contratado.

Um problema que se arrasta desde o ano passado e que permanecerá ainda por um bom tempo, ou até a conquista de um título, foi justamente a derrota para o Pato na final da Série Ouro do ano passado, que para muita gente não deveria ter acontecido, dadas as circunstâncias de ter vencido o primeiro jogo por 4×1, sair na frente no segundo jogo na casa do Pato, mas principalmente por ter muito mais time que o rival. O fato de ter mais time, também é um problema na atual temporada, já que para muitos torcedores, o elenco do ano passado é de longe muito superior ao elenco atual montado em grande parte por Baiano e que é inclusive mais caro que o anterior.

Não fosse apenas problemas de resultados, a torcida que nunca se incomodou com as atitudes dos jogadores fora do contexto futebolístico, agora parece fiscalizar até o que os jogadores fazem nas folgas. Também fica claro que as rusgas entre Sinoê e Fabiano Assad, que se estendem desde o final do ano passado, parecem ter dividido o elenco que há um bom tempo deixa transparecer a ruptura de relações interpessoais. Claro que se os resultados aparecessem ninguém se importaria com isso, mas pelo contrário, os resultados na temporada não foram bons, e estão em queda. O problema entre os dois se agravou neste ano, e a discussão entre Baiano e Assad no jogo contra o Joaçaba, televisionado pela Sportv, escancarou o clima nada tranquilo.

Se analisarmos o desempenho da equipe beltronense nas duas competições que a maioria parece realmente se importar: Série Ouro do Paranaense e Liga Nacional de Futsal (convenhamos que a Copa Chopinzinho não interessa a quase ninguém), foram 12 jogos oficiais, com 5 vitórias, 1 empate e 6 derrotas – um aproveitamento de 44,4%. Separando as duas competições, no Paranaense o aproveitamento é de 55,5% com 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas em 6 jogos, enquanto na Liga Nacional o aproveitamento é de apenas 33,3% com 2 vitórias e 4 derrotas em 6 jogos.

Pela primeira vez desde que estreou na Liga Nacional, o Marreco foi derrotado jogando em casa na competição, diante do Magnus, na última semana quando perdeu por 4 a 1 e poucos dias depois veio a segunda derrota, diante do Cascavel neste domingo (7) por 3 a 2. Após duas vitórias nas duas primeiras rodadas da competição nacional, vieram 4 derrotas consecutivas e atuações muito fracas. Que o futsal é diferente do campo e que os placares são mais numerosos todos sabem, mas até aqui o Marreco conseguiu levar mais gols do que fez, tendo anotado 35 gols, contra 37 sofridos nas duas competições.

Para evitar qualquer julgamento injusto com o elenco, vamos colocar os números da Copa Chopinzinho na análise que realmente interessa em um contexto que pode explicar o desgaste ou desempenho abaixo – com as cinco partidas disputadas na competição regional, foram 17 jogos na temporada, pelo menos 5 a mais que todos os outros adversários da Série Ouro do Paranaense, e tendo em vista que a maioria dos campeonatos estaduais começaram de duas a três rodadas mais tarde, o Marreco fez de sete a oito jogos a mais que alguns adversários na Liga. Em tese, a equipe disputou até aqui um jogo a cada quatro dias.

Enquanto Guina e Quinzinho seguem em recuperação de lesões sofridas ainda no ano passado, Dener segue sem previsão concreta de retorno e até agora não pôde mostrar seu valor, sobrecarregando Sinoê que mesmo sendo o artilheiro da equipe no Paranaense com 5 gols, parece estar se envolvendo em muitas situações extra quadra que estariam dificultando o ambiente do grupo. Rafinha que seria a terceira opção de pivô, não caiu na graça do torcedor e também sofreu com problemas musculares, enquanto Sol Sales e Pedro Rei, destaques no ano passado, oscilam muito. Emerson, Éder, Renan Fuzo e Richard, Fabiano Assad e Beccon são os perseguidos da vez pelos torcedores, nada injusto, pois o desempenho dos seis atletas está muito abaixo do que se espera de um atleta que disputa a Liga Nacional. Por fim, Bateria parece ter cada vez mais confiança para jogar no nível que o levou ao Barcelona, tanto que passou a desequilibrar em algumas partidas, sendo decisivo a exemplo do que aconteceu no clássico das penas.

O ano apenas começou, já que restam muitos jogos até que a fase decisiva das duas competições inicie e aí então teremos o que realmente interessa para os torcedores, mas a equipe beltronense repete as decisões tomadas nos outros anos, mais ou menos na mesma época e demite mais um treinador, possivelmente para isentar a diretoria de alguma omissão quanto aos problemas que estão escancarados. Se Dionatan será efetivado ainda é muito cedo para falar, até porque ele nunca treinou uma equipe fora das categorias de base, e teria uma bagagem enorme para carregar, mas a única certeza é de que Baiano não era o único culpado da campanha ruim deste início de ano, e tem muito jogador que não vai virar craque do dia pra noite, mas que ainda estão no elenco.

 

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