Estiagem em Francisco Beltrão já é a maior dos últimos 40 anos

Com baixas precipitações desde junho de 2019 e com médias preocupantes em 2020, Francisco Beltrão e o sudoeste do Paraná sofrem com o que já é considerada a maior estiagem dos últimos 50 anos. Desde que a Estação Meteorológica do Iapar foi instalada em Beltrão em 1979 não havia sido registrado um período tão longo com tão pouca chuva, e antes disso não há registros de uma seca parecida. 

Segundo dados do Simepar, a média mensal estimada para a região é de 150 mm no período dos últimos 11 meses, o que chegaria próximo a 1.650 mm no acumulado do ano. Porém, até agora foram registrados 1.009 mm, cerca de 40% abaixo do volume esperado para o período de 11 meses. Neste período apenas 3 meses tiveram média superior:

Novembro/2019 –  161 mm 

Janeiro/2020 – 189 mm 

Fevereiro/2020 – 153 mm 

Os demais meses tiveram os seguintes registros: 

Junho/2019 – 39 mm

Julho/2019 – 26 mm

Agosto/2019 – 22 mm

Setembro/2019 – 62 mm

Outubro/2019 – 121 mm 

Dezembro/2019 – 135 mm

Março/2020 – 60 mm

Abril/2020 – 41 mm 

Segundo o observador meteorológico do Iapar em Francisco Beltrão, Josmar Ramos, a situação atual está bastante preocupante. “Estamos preocupados com a redução dos leitos dos rios, dos reservatórios de água, pois em 2019 já tivemos o 2° ano mais quente que se tem o registro desde 1979, e agora apesar de bons números em janeiro e fevereiro; em março e abril tivemos apenas 30% de chuvas do que era esperado”. Josmar também lembrou que em abril de 2019 a preocupação era outra, exatamente o oposto, pois nos primeiros meses do ano tinha chovido o dobro da média esperada para o primeiro semestre do ano passado. 

Ainda segundo o observador meteorológico do Iapar, antes desta estiagem também se destacaram na história outros dois períodos longos sem chuva, sendo o primeiro na década de 80 e o outro em 2017. “Nós do Iapar ainda não havíamos registrado nada parecido com isso, somando 2019 e 2020 já são 11 meses de estiagem, o que pode se igualar as grandes secas do Paraná da década de 70”, afirmou. 

Riscos à produção 

Como o outono e o inverno ainda são consideradas duas estações com baixas precipitações, a preocupação também se estende para o campo, onde produtores dependem do clima para o bom desempenho das safras. Segundo o técnico do Deral, Antoninho Fontanella, as baixas precipitações têm influenciado nas produções do feijão e do milho safrinha e preocupam os produtores. “São 80 mil hectares de milho safrinha e mais 30 mil hectares para produção de silagem e estaremos avaliando as lavouras para verificar os prejuízos, inclusive nos 20 mil hectares de feijão plantados nos 27 municípios da regional”, afirmou. Além disso, a atividade leiteira também está sendo prejudicada, no que diz respeito ao desenvolvimento das pastagens, além do plantio das culturas de inverno, como aveia e azevem. A partir de maio inicia o plantio do trigo que gera uma grande movimentação e expectativa na região, mas também depende de mudanças no clima atual para uma boa germinação através da umidade do solo. 

Sanepar cogita rodízio no abastecimento 

Com o Rio Marrecas, principal manancial de abastecimento de água para Francisco Beltrão com uma redução de  50% na sua vazão, a Sanepar passa a cogitar o rodízio no abastecimento de água caso a situação não melhore, como explica o chefe da unidade em Beltrão, Ativo Miguel Beier. “Pedimos a colaboração da população para que adotem diariamente ações de redução no consumo, de forma consciente e racional para recuperar os níveis dos nossos reservatórios e desta forma postergar uma possível implantação de rodízio no abastecimento”, disse. 

Além do consumo consciente, a Sanepar conta com o retorno das chuvas para evitar o sistema de rodízio que já foi implantado no início do ano em Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita e em municípios da região oeste. 

23 de abril de 2020

Rio Marrecas - Foto Lucas Maciel

Com baixas precipitações desde junho de 2019 e com médias preocupantes em 2020, Francisco Beltrão e o sudoeste do Paraná sofrem com o que já é considerada a maior estiagem dos últimos 50 anos. Desde que a Estação Meteorológica do Iapar foi instalada em Beltrão em 1979 não havia sido registrado um período tão longo com tão pouca chuva, e antes disso não há registros de uma seca parecida. 

Segundo dados do Simepar, a média mensal estimada para a região é de 150 mm no período dos últimos 11 meses, o que chegaria próximo a 1.650 mm no acumulado do ano. Porém, até agora foram registrados 1.009 mm, cerca de 40% abaixo do volume esperado para o período de 11 meses. Neste período apenas 3 meses tiveram média superior:

Novembro/2019 –  161 mm 

Janeiro/2020 – 189 mm 

Fevereiro/2020 – 153 mm 

Os demais meses tiveram os seguintes registros: 

Junho/2019 – 39 mm

Julho/2019 – 26 mm

Agosto/2019 – 22 mm

Setembro/2019 – 62 mm

Outubro/2019 – 121 mm 

Dezembro/2019 – 135 mm

Março/2020 – 60 mm

Abril/2020 – 41 mm 

Segundo o observador meteorológico do Iapar em Francisco Beltrão, Josmar Ramos, a situação atual está bastante preocupante. “Estamos preocupados com a redução dos leitos dos rios, dos reservatórios de água, pois em 2019 já tivemos o 2° ano mais quente que se tem o registro desde 1979, e agora apesar de bons números em janeiro e fevereiro; em março e abril tivemos apenas 30% de chuvas do que era esperado”. Josmar também lembrou que em abril de 2019 a preocupação era outra, exatamente o oposto, pois nos primeiros meses do ano tinha chovido o dobro da média esperada para o primeiro semestre do ano passado. 

Ainda segundo o observador meteorológico do Iapar, antes desta estiagem também se destacaram na história outros dois períodos longos sem chuva, sendo o primeiro na década de 80 e o outro em 2017. “Nós do Iapar ainda não havíamos registrado nada parecido com isso, somando 2019 e 2020 já são 11 meses de estiagem, o que pode se igualar as grandes secas do Paraná da década de 70”, afirmou. 

Riscos à produção 

Como o outono e o inverno ainda são consideradas duas estações com baixas precipitações, a preocupação também se estende para o campo, onde produtores dependem do clima para o bom desempenho das safras. Segundo o técnico do Deral, Antoninho Fontanella, as baixas precipitações têm influenciado nas produções do feijão e do milho safrinha e preocupam os produtores. “São 80 mil hectares de milho safrinha e mais 30 mil hectares para produção de silagem e estaremos avaliando as lavouras para verificar os prejuízos, inclusive nos 20 mil hectares de feijão plantados nos 27 municípios da regional”, afirmou. Além disso, a atividade leiteira também está sendo prejudicada, no que diz respeito ao desenvolvimento das pastagens, além do plantio das culturas de inverno, como aveia e azevem. A partir de maio inicia o plantio do trigo que gera uma grande movimentação e expectativa na região, mas também depende de mudanças no clima atual para uma boa germinação através da umidade do solo. 

Sanepar cogita rodízio no abastecimento 

Com o Rio Marrecas, principal manancial de abastecimento de água para Francisco Beltrão com uma redução de  50% na sua vazão, a Sanepar passa a cogitar o rodízio no abastecimento de água caso a situação não melhore, como explica o chefe da unidade em Beltrão, Ativo Miguel Beier. “Pedimos a colaboração da população para que adotem diariamente ações de redução no consumo, de forma consciente e racional para recuperar os níveis dos nossos reservatórios e desta forma postergar uma possível implantação de rodízio no abastecimento”, disse. 

Além do consumo consciente, a Sanepar conta com o retorno das chuvas para evitar o sistema de rodízio que já foi implantado no início do ano em Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita e em municípios da região oeste. 

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