Do 1% de chance de vida à recuperação plena: a história de superação de Jheisom Luiz Broch

Aos 37 anos, ele foi diagnosticado com uma dissecção de aorta, uma doença muito rara e grave, que muitas vezes não é identificada de forma imediata e clara.

Adolfo Pegoraro e PP News – Natural de Renascença, Jheisom Luiz Broch, 37 anos, casado com Camila Soligo, pai da Maria Eliza e do Murilo, foi diagnosticado no dia 31 de maio com uma dissecção de aorta, uma doença fatal e muito rara, principalmente em jovens. Ele chegou a ter 1% de chance de vida, mas hoje conseguiu a recuperação plena, após uma grande história de superação. Tudo começou no dia 28, uma terça-feira, quando passou mal em Verê. “Eu estava na empresa que trabalho e comecei a sentir uma forte dor no peito, quando entrei no carro pra vir pra casa, o meu gerente, o Douglas, me socorreu e me levou até o hospital da cidade, onde fiz alguns exames um eletrocardiograma e nada se constatou, fui liberado, então fui para casa, em Renascença, não me sentindo muito bem”, recorda-se. No outro dia, Jheisom conseguiu uma consulta em um consultório particular, e o médico o deixou em observação no hospital, fez vários exames de sangue, mais um eletrocardiograma, nada constatado. “O médico disse que eu tinha uma crise de ansiedade, que precisava repousar. No outro dia, fui liberado para ir pra casa e ele agendou uma endoscopia para sexta-feira de manhã”, lembra-se. Havia uma certa aflição da família, que não conseguia identificar o que Jheisom tinha até então.

Teve um dia em que ele chegou em casa e passou mal. Seu filho de cinco anos o encontrou caído no chão e correu para chamar a mãe, que estava na casa de sua tia, que mora ao lado. “Senti uma forte dor no peito, uma forte dor na perna direita. Parecia que estava enorme e formigada. Eu pedia para fazer massagem e não consegui me levantar sozinho. A Camila chamou o tio Mário e a tia Deloni. Eles tentaram me erguer, mas também não conseguiram. Eu quase desmaiei, a tia pediu pra que eu acordasse e invocou o nome do beato Carlos Acutis para me salvar”, relata Jheison.

De avião para Cascavel

Após correr de um lado para outro atrás de uma solução para Jheisom, familiares e amigos já estavam ligando para conhecidos médicos de todos os cantos, em busca de uma especialidade para o tratamento. Após dar entrada na UTI em Francisco Beltrão, foi encontrada uma vaga na UTI de um hospital de Cascavel, mas o transporte não podia ser feito por terra. Segundo Camila, a Unimed não conseguiu mandar seu avião que estava previsto no plano de saúde. Com isso, familiares fizeram uma vaquinha, correndo contra o tempo, pois Jheisom precisava passar por uma cirurgia urgentemente. “Eu não sabia de nada do que estava acontecendo porque os médicos pediram pra que não transmitissem nada de emoções. Os médicos não sabiam o que fazer aqui na nossa região porque o caso era muito grave e somente Cascavel, Curitiba e Londrina fariam esse tipo de cirurgia”, diz Jheisom.

A cirurgia

Após o translado de avião de Francisco Beltrão para Cascavel, no dia 1º de junho de 2024, Jheisom foi para o centro cirúrgico. “Em Cascavel, a equipe era comandada pelos doutores Luciano Leitão e José Dantas, cirurgiões cardiovasculares. Eles estavam na linha de frente dessa cirurgia de alta complexidade, muito risco de eu morrer e muito risco de sequelas também. A cirurgia começou no sábado às 18h26, com previsão de duração de nove horas, mas acabou antes, às 21h58. A cirurgia ocorreu tudo normal, bastava aguardar a recuperação, as próximas 72 horas seriam as mais críticas. Dia 3 de junho foi começado a fazer hemodiálise pois os rins pararam de funcionar”, escreveu Jheisom em seu diário em que relata todo o tratamento em detalhes.

Depois disso, Jheisom ainda passou por uma cirurgia no dia 9 de julho, no pescoço, outra no dia 27 de julho, quando foi colocada uma prótese dentro da veia aorta, e no dia 6 de agosto, após 68 dias, ele recebeu alta do hospital. O caso foi tema de congresso em Buenos Aires – Argentina. Foto: Arquivo Pessoal

“Já na chegada em casa, tive uma recepção muito boa de minha família e amigos que fizeram uma surpresa, fiquei muito emocionado. No começo, tive bastante dificuldade de locomoção. Ao passar dos dias, fui melhorando gradualmente. Hoje tenho uma vida normal apesar de algumas restrições de esforço que eu fazia que hoje não posso mais fazer. Continuo com acompanhamento do Dr Eduardo De Davi,  especialista vascular. Agora minha visão é outra. A doença trouxe muitos impactos na ressignificação e valores diante da fragilidade da vida e da superação de um desafio tão grande. Agradeço do fundo do meu coração as centenas de pessoas que oraram pela minha recuperação, que Deus abençoe a cada uma”, finaliza.

No mês em que celebra-se o Dia Mundial de Sensibilização para a Dissecção da Aorta, em 19 de setembro, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP) promoveu a campanha Pense Aorta, para disseminar informações sobre a dissecção da aorta, uma doença rara e grave que muitas vezes não é identificada de forma imediata e clara, comprometendo o tratamento eficaz. O alvo da campanha é a sociedade em geral e os profissionais da saúde.

A dissecção da aorta é uma condição caracterizada pela ruptura da camada interna da aorta, a principal artéria do corpo. Esse rompimento pode dividir a parede da aorta, comprometendo o fluxo sanguíneo para órgãos vitais. Os principais sintomas incluem dor intensa no pescoço, nas costas ou no abdômen, muitas vezes descrita como uma sensação de rasgo interno.

4 de dezembro de 2024

Camila (esposa), Murilo (filho) e Jheisom – Foto: Solange Maciel

Aos 37 anos, ele foi diagnosticado com uma dissecção de aorta, uma doença muito rara e grave, que muitas vezes não é identificada de forma imediata e clara.

Adolfo Pegoraro e PP News – Natural de Renascença, Jheisom Luiz Broch, 37 anos, casado com Camila Soligo, pai da Maria Eliza e do Murilo, foi diagnosticado no dia 31 de maio com uma dissecção de aorta, uma doença fatal e muito rara, principalmente em jovens. Ele chegou a ter 1% de chance de vida, mas hoje conseguiu a recuperação plena, após uma grande história de superação. Tudo começou no dia 28, uma terça-feira, quando passou mal em Verê. “Eu estava na empresa que trabalho e comecei a sentir uma forte dor no peito, quando entrei no carro pra vir pra casa, o meu gerente, o Douglas, me socorreu e me levou até o hospital da cidade, onde fiz alguns exames um eletrocardiograma e nada se constatou, fui liberado, então fui para casa, em Renascença, não me sentindo muito bem”, recorda-se. No outro dia, Jheisom conseguiu uma consulta em um consultório particular, e o médico o deixou em observação no hospital, fez vários exames de sangue, mais um eletrocardiograma, nada constatado. “O médico disse que eu tinha uma crise de ansiedade, que precisava repousar. No outro dia, fui liberado para ir pra casa e ele agendou uma endoscopia para sexta-feira de manhã”, lembra-se. Havia uma certa aflição da família, que não conseguia identificar o que Jheisom tinha até então.

Teve um dia em que ele chegou em casa e passou mal. Seu filho de cinco anos o encontrou caído no chão e correu para chamar a mãe, que estava na casa de sua tia, que mora ao lado. “Senti uma forte dor no peito, uma forte dor na perna direita. Parecia que estava enorme e formigada. Eu pedia para fazer massagem e não consegui me levantar sozinho. A Camila chamou o tio Mário e a tia Deloni. Eles tentaram me erguer, mas também não conseguiram. Eu quase desmaiei, a tia pediu pra que eu acordasse e invocou o nome do beato Carlos Acutis para me salvar”, relata Jheison.

De avião para Cascavel

Após correr de um lado para outro atrás de uma solução para Jheisom, familiares e amigos já estavam ligando para conhecidos médicos de todos os cantos, em busca de uma especialidade para o tratamento. Após dar entrada na UTI em Francisco Beltrão, foi encontrada uma vaga na UTI de um hospital de Cascavel, mas o transporte não podia ser feito por terra. Segundo Camila, a Unimed não conseguiu mandar seu avião que estava previsto no plano de saúde. Com isso, familiares fizeram uma vaquinha, correndo contra o tempo, pois Jheisom precisava passar por uma cirurgia urgentemente. “Eu não sabia de nada do que estava acontecendo porque os médicos pediram pra que não transmitissem nada de emoções. Os médicos não sabiam o que fazer aqui na nossa região porque o caso era muito grave e somente Cascavel, Curitiba e Londrina fariam esse tipo de cirurgia”, diz Jheisom.

A cirurgia

Após o translado de avião de Francisco Beltrão para Cascavel, no dia 1º de junho de 2024, Jheisom foi para o centro cirúrgico. “Em Cascavel, a equipe era comandada pelos doutores Luciano Leitão e José Dantas, cirurgiões cardiovasculares. Eles estavam na linha de frente dessa cirurgia de alta complexidade, muito risco de eu morrer e muito risco de sequelas também. A cirurgia começou no sábado às 18h26, com previsão de duração de nove horas, mas acabou antes, às 21h58. A cirurgia ocorreu tudo normal, bastava aguardar a recuperação, as próximas 72 horas seriam as mais críticas. Dia 3 de junho foi começado a fazer hemodiálise pois os rins pararam de funcionar”, escreveu Jheisom em seu diário em que relata todo o tratamento em detalhes.

Depois disso, Jheisom ainda passou por uma cirurgia no dia 9 de julho, no pescoço, outra no dia 27 de julho, quando foi colocada uma prótese dentro da veia aorta, e no dia 6 de agosto, após 68 dias, ele recebeu alta do hospital. O caso foi tema de congresso em Buenos Aires – Argentina. Foto: Arquivo Pessoal

“Já na chegada em casa, tive uma recepção muito boa de minha família e amigos que fizeram uma surpresa, fiquei muito emocionado. No começo, tive bastante dificuldade de locomoção. Ao passar dos dias, fui melhorando gradualmente. Hoje tenho uma vida normal apesar de algumas restrições de esforço que eu fazia que hoje não posso mais fazer. Continuo com acompanhamento do Dr Eduardo De Davi,  especialista vascular. Agora minha visão é outra. A doença trouxe muitos impactos na ressignificação e valores diante da fragilidade da vida e da superação de um desafio tão grande. Agradeço do fundo do meu coração as centenas de pessoas que oraram pela minha recuperação, que Deus abençoe a cada uma”, finaliza.

No mês em que celebra-se o Dia Mundial de Sensibilização para a Dissecção da Aorta, em 19 de setembro, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP) promoveu a campanha Pense Aorta, para disseminar informações sobre a dissecção da aorta, uma doença rara e grave que muitas vezes não é identificada de forma imediata e clara, comprometendo o tratamento eficaz. O alvo da campanha é a sociedade em geral e os profissionais da saúde.

A dissecção da aorta é uma condição caracterizada pela ruptura da camada interna da aorta, a principal artéria do corpo. Esse rompimento pode dividir a parede da aorta, comprometendo o fluxo sanguíneo para órgãos vitais. Os principais sintomas incluem dor intensa no pescoço, nas costas ou no abdômen, muitas vezes descrita como uma sensação de rasgo interno.

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