Mais de 140 crianças foram salvas no Paraná em 2023 por doação de órgãos

Mais de 140 crianças já foram salvas por doação de órgãos e tecidos no Paraná. No Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, lembrado em 27 de setembro, Hospital Pequeno Príncipe ressalta sobre a importância desse ato que já salvou muitas vidas na instituição.

Uma das histórias transformadas pela doação foi a do pequeno Heitor Manoel Novais Oliveira, de 2 anos, que realizou um transplante de fígado aos 6 meses, por conta de uma cirrose. A doadora foi a mãe do menino, Mylena Oliveira Alves. De acordo com ela, se aguardassem um doador falecido, ele não resistiria. “Chegamos ao Pequeno Príncipe em estado bem grave e com várias complicações. A cor da pele dele já estava verde. Quando soube que podia ser a doadora, foi uma felicidade, um momento emocionante para mim”, lembra. 

Natural de Brasília, Mylena percebeu que o filho não estava bem quando tinha 3 meses. “A barriga do Heitor inchou e ele começou a ficar ofegante. O xixi era tão forte e amarelo que chegava até a manchar o lençol”, recorda. A decisão de levar o pequeno ao médico foi concretizada quando a urina ficou com a coloração preta. Mãe e filho foram às pressas para um hospital de Brasília e encaminhados ao Pequeno Príncipe. 

Quando soube que Heitor precisaria de uma doação de órgãos, Mylena logo se prontificou para ser a doadora. Fez todos os exames e, para a alegria da mãe, ambos eram compatíveis. 

A importância da doação

Os doadores falecidos pediátricos são muito infrequentes. Por isso, existe a angústia da espera por um doador compatível. Do momento em que é identificada a morte cerebral até a efetivação da doação, é preciso mobilizar equipes rapidamente e ter aprovação da família. 

“Neste momento, você depende de uma decisão ágil de alguém que está passando por um momento extremamente difícil, que é a morte de um ente querido. Isso tem que ser respeitado, inclusive entendendo as recusas”, destaca o médico responsável pelo Serviço de Transplante Hepático do Hospital, José Sampaio Neto. 

No caso de doadores vivos, que envolve um receptor pediátrico, o cenário é diferente. “Retirar parte do fígado ou um dos rins, por exemplo, é extremamente complicado. Muitas vezes, o doador é um dos pais ou responsáveis por aquela criança ou adolescente, algumas vezes essa pessoa tem outros filhos e também é o provedor financeiro da família. Esse doador precisa ficar um tempo afastado do trabalho, para se recuperar do procedimento, e isso compromete a renda familiar durante aquele tempo”, explica o médico. 

Doadores vivos são pessoas saudáveis que doam parte do órgão para um paciente compatível. Para o cirurgião, sempre é um desafio ético submeter uma pessoa saudável a um procedimento complexo como um transplante, mas o benefício ao receptor é inestimável, como foi no caso do pequeno Heitor. 

Como ser um doador?

Um doador pode salvar até oito vidas, segundo o Ministério da Saúde. No Brasil, a doação de órgãos só pode ser realizada após autorização familiar. No entanto, um dos principais motivos de impedimento é a recusa da família. Por isso, é importante que ainda em vida seja manifestado o desejo de ser um doador aos familiares de primeiro ou segundo grau (pais, filhos, irmãos, avós e cônjuges). 

“Por mais que a doação comece em um momento de sofrimento, ela também é um término de sofrimento para quem aguarda por um órgão. Isso pode ser uma pontinha de alívio para as famílias que passam por uma perda tão dolorida”, finaliza o cirurgião José Sampaio Neto. 

Referência

Há 34 anos, o Pequeno Príncipe realiza transplante de órgãos (coração, fígado e rim) e tecidos pediátricos. Em 2022, foram realizados 219 procedimentos. Ao todo, foram 37 de órgãos sólidos (coração, rim e fígado), 47 de válvula cardíaca e mais 135 transplantes de tecido ósseo. Neste ano, até agosto, o Pequeno Príncipe já realizou 147 procedimentos, consolidando a organização como um dos centros de referência para esse tipo de procedimento no país.

Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 40 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil. Desses, mais de 560 são crianças e adolescentes de até 17 anos. No Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. (Assessoria)

27 de setembro de 2023

Foto: Kathleen Varela /Hospital Pequeno Príncipe

Mais de 140 crianças já foram salvas por doação de órgãos e tecidos no Paraná. No Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, lembrado em 27 de setembro, Hospital Pequeno Príncipe ressalta sobre a importância desse ato que já salvou muitas vidas na instituição.

Uma das histórias transformadas pela doação foi a do pequeno Heitor Manoel Novais Oliveira, de 2 anos, que realizou um transplante de fígado aos 6 meses, por conta de uma cirrose. A doadora foi a mãe do menino, Mylena Oliveira Alves. De acordo com ela, se aguardassem um doador falecido, ele não resistiria. “Chegamos ao Pequeno Príncipe em estado bem grave e com várias complicações. A cor da pele dele já estava verde. Quando soube que podia ser a doadora, foi uma felicidade, um momento emocionante para mim”, lembra. 

Natural de Brasília, Mylena percebeu que o filho não estava bem quando tinha 3 meses. “A barriga do Heitor inchou e ele começou a ficar ofegante. O xixi era tão forte e amarelo que chegava até a manchar o lençol”, recorda. A decisão de levar o pequeno ao médico foi concretizada quando a urina ficou com a coloração preta. Mãe e filho foram às pressas para um hospital de Brasília e encaminhados ao Pequeno Príncipe. 

Quando soube que Heitor precisaria de uma doação de órgãos, Mylena logo se prontificou para ser a doadora. Fez todos os exames e, para a alegria da mãe, ambos eram compatíveis. 

A importância da doação

Os doadores falecidos pediátricos são muito infrequentes. Por isso, existe a angústia da espera por um doador compatível. Do momento em que é identificada a morte cerebral até a efetivação da doação, é preciso mobilizar equipes rapidamente e ter aprovação da família. 

“Neste momento, você depende de uma decisão ágil de alguém que está passando por um momento extremamente difícil, que é a morte de um ente querido. Isso tem que ser respeitado, inclusive entendendo as recusas”, destaca o médico responsável pelo Serviço de Transplante Hepático do Hospital, José Sampaio Neto. 

No caso de doadores vivos, que envolve um receptor pediátrico, o cenário é diferente. “Retirar parte do fígado ou um dos rins, por exemplo, é extremamente complicado. Muitas vezes, o doador é um dos pais ou responsáveis por aquela criança ou adolescente, algumas vezes essa pessoa tem outros filhos e também é o provedor financeiro da família. Esse doador precisa ficar um tempo afastado do trabalho, para se recuperar do procedimento, e isso compromete a renda familiar durante aquele tempo”, explica o médico. 

Doadores vivos são pessoas saudáveis que doam parte do órgão para um paciente compatível. Para o cirurgião, sempre é um desafio ético submeter uma pessoa saudável a um procedimento complexo como um transplante, mas o benefício ao receptor é inestimável, como foi no caso do pequeno Heitor. 

Como ser um doador?

Um doador pode salvar até oito vidas, segundo o Ministério da Saúde. No Brasil, a doação de órgãos só pode ser realizada após autorização familiar. No entanto, um dos principais motivos de impedimento é a recusa da família. Por isso, é importante que ainda em vida seja manifestado o desejo de ser um doador aos familiares de primeiro ou segundo grau (pais, filhos, irmãos, avós e cônjuges). 

“Por mais que a doação comece em um momento de sofrimento, ela também é um término de sofrimento para quem aguarda por um órgão. Isso pode ser uma pontinha de alívio para as famílias que passam por uma perda tão dolorida”, finaliza o cirurgião José Sampaio Neto. 

Referência

Há 34 anos, o Pequeno Príncipe realiza transplante de órgãos (coração, fígado e rim) e tecidos pediátricos. Em 2022, foram realizados 219 procedimentos. Ao todo, foram 37 de órgãos sólidos (coração, rim e fígado), 47 de válvula cardíaca e mais 135 transplantes de tecido ósseo. Neste ano, até agosto, o Pequeno Príncipe já realizou 147 procedimentos, consolidando a organização como um dos centros de referência para esse tipo de procedimento no país.

Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 40 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil. Desses, mais de 560 são crianças e adolescentes de até 17 anos. No Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. (Assessoria)

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